quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Espelho D´Água



Entre as águas ando respiro suspiro e fluo
Oscilo entre o puro e profano tua blusa
Recolho impressões no eterno correr das águas

Sinto o correr do rio coronário nascente do coração.
Pulso e escorro enquanto a luz penetra por veios escuros nas entranhas da mata procuro nas águas mornas morada do grande amor de cabelos e olhos negros
 Ah!... Yara do Mundaú

Entre as árvores fluem ventos de cheiros suaves como encanto que atraem abelhas em bromélias entre tuas pernas cipós que não estrangulam
A alegria desanda em risos nos passeios de mãos dadas
qual criança a colher cerejas e tomar o teu suor como licor.
Pássaros são mágicos em cantos de anunciação as cores explodem anunciando no ar novas matizes que decompões e recompõem a nossa imagem no espelho d´água

A luz e a água serpenteiam presenteia e consagram a vida dos peixes os suspiros e as ilusões
a água no sangue no fluxo da veia na boca sons de dizer
- te amo – ...e conviver com a diferença das palavras
do corpo da seiva e da saliva no que é água riacho de lamina fina leito e ponto de acalanto no arco dos teus braços

No destruir e reconstruir renovando a pele dos pés sentir o sal e ser o mar das águas recebidas

Correr a galope com a liberdade atrelada a tua
e resgatar no sempre inserindo novas cores paisagens renovadas olhar e refletir a imagem e semelhança das nossas diferenças nas águas doces dos rios nas águas do mar e dançar a dança da sagração com as sereias como crianças alegres sem o medo de bulir em tudo que é pecado

Gritar livre entoando o canto das águas que correm em liberdade pelos tabuleiros colhendo cerejas aqui e ali
Perto e longe como as Alagoas.
Ser fonte e rio Mar e maré
Eito marco e madeiro na vida pelas águas cangaceiras.
E não lavar a culpa como um cristão arrependido pela morte das águas.
                                         
 Chico Canindé 9.11.06

Nenhum comentário:

Postar um comentário